Contratar seguros de aeronaves vai muito além de cumprir uma formalidade. Afinal, trata-se de garantir segurança operacional, evitar prejuízos financeiros e estar em conformidade com a legislação. No entanto, ainda é comum encontrar pilotos e operadores que cometem erros simples — e caros — ao contratar uma apólice.
Pensando nisso, trouxemos esse artigo para que você conheça os erros mais frequentes na contratação de seguros para aeronaves e, além disso, descubra como evitá-los com escolhas mais seguras e conscientes.
1. Não revisar a cláusula de uso da aeronave
Antes de tudo, você sabia que o tipo de uso da aeronave deve estar claramente especificado na apólice do seguro?
Um erro comum é contratar seguros de aeronaves apenas para uso recreativo e, posteriormente, realizar voos comerciais, fretamentos ou instruções de voo. Dessa forma, pode invalidar a cobertura em caso de sinistro.
Como evitar:
- Informe detalhadamente como a aeronave será utilizada.
- Solicite uma cláusula de uso mais abrangente se houver intenção de uso misto.
- Além disso, revise a apólice ao mudar de finalidade.
2. Incluir apenas um piloto na cobertura
Eventualmente, outro erro comum é que a apólice liste apenas o piloto proprietário. No entanto, se outro piloto operar a aeronave e ocorrer um sinistro, a seguradora pode negar a indenização.
Como evitar:
- Inclua todos os pilotos autorizados que possam voar a aeronave.
- Verifique os critérios exigidos (habilitação, horas de voo, experiência na aeronave).
- Atualize a lista sempre que houver mudanças.
3. Escolher franquias inadequadas nos seguros para aeronaves
Na tentativa de reduzir o valor do prêmio, muitos contratantes optam por franquias muito altas, o que pode ser um problema em caso de sinistro de menor porte, por exemplo.
Como evitar:
- Avalie o custo-benefício entre valor do prêmio e o valor da franquia.
- Por fim, simule diferentes cenários com seu corretor para encontrar o equilíbrio ideal.
4. Ignorar seguros obrigatórios, como RETA e LUC
Alguns seguros de aeronaves são obrigatórios por lei, como o RETA (Responsabilidade do Explorador ou Transportador Aéreo). Já o LUC (Limite Único Combinado), embora facultativo, amplia a proteção para passageiros e terceiros.
Como evitar:
- Verifique se sua operação exige o RETA, especialmente em voos remunerados.
- Do mesmo modo, considere contratar o LUC para reforçar a proteção e evitar exposição a processos judiciais.
5. Não informar agravantes de risco
Características como idade avançada da aeronave, operação em pistas não pavimentadas ou voos noturnos frequentes podem ser considerados agravantes de risco se não forem devidamente comunicados à seguradora.
Como evitar:
- Seja transparente ao preencher o questionário de risco.
- Atualize essas informações sempre que houver mudanças no perfil de voo.
6. Desconsiderar os contratos de hangaragem ou leasing
Muitos operadores ignoram cláusulas de contratos com hangaristas ou arrendadores, que exigem cobertura de terceiros, danos causados por terceiros ou mesmo seguros em nome cruzado.
Como evitar:
- Leia atentamente todos os contratos relacionados à operação da aeronave.
- Assim, você poderá ajustar a apólice para atender às exigências desses acordos e evitar descoberturas.
7. Manter a apólice desatualizada nos seguros para aeronaves
A desvalorização ou valorização da aeronave, mudanças de operação, substituição de peças ou alterações de local de hangaragem são fatores que devem ser comunicados imediatamente à seguradora.
Como evitar:
- Faça uma revisão anual da apólice.
- Atualize o valor da aeronave conforme o mercado.
- Além disso, mantenha contato com seu corretor para ajustes pontuais.
8. Falta de cobertura para pilotos não proprietários (renters)
Se você é piloto e voa aeronaves que não são suas, saiba que muitas apólices não oferecem cobertura para danos causados por pilotos não proprietários.
Como evitar:
- Pergunte ao proprietário se a apólice cobre terceiros.
- Do contrário, considere contratar uma cobertura do tipo “non-owned aircraft insurance”.
Recapitulando: principais erros a evitar na contratação de seguros para aeronaves
- Usar a aeronave fora do previsto na apólice;
- Não incluir todos os pilotos autorizados;
- Contratar franquias acima da sua realidade;
- Esquecer seguros obrigatórios (RETA, LUC);
- Não comunicar mudanças operacionais;
- Ignorar exigências contratuais de terceiros;
- Manter apólice desatualizada;
- Não proteger pilotos que voam aeronaves alugadas, por exemplo.
Segurança começa antes da decolagem
Por fim, evitar esses erros é essencial para garantir que o seguro da sua aeronave cumpra seu papel: proteger sua operação, seus passageiros e seu patrimônio.
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