O voo visual, quando realizado em espaços aéreos movimentados como TMAs (Terminal Control Area ou área de controle terminal) ou CTRs (Controlled Traffic Region ou zona de controle), costuma precisar submeter-se a algumas restrições. Dentre elas está o cumprimento dos corredores visuais, termo genérico utilizado para designar as REA (Rotas Especiais de Aeronaves) e REH (Rotas Especiais de Helicóptero).
As REA e REH são trajetos padronizados e balizados por referências visuais no terreno, cujos objetivos incluem:
a) estabelecer e disciplinar a circulação de aeronaves em voo VFR nas áreas controladas ou com prestação de serviço de informação de voo, por meio de rotas compulsórias, permitindo o fluxo ordenado e seguro de todas as operações aéreas;
b) estabelecer rotas recomendadas em áreas não controladas;
c) otimizar a utilização do espaço aéreo e a prestação de Serviço de Tráfego Aéreo;
d) aumentar a capacidade ATC através da previsibilidade de rotas e diminuição das comunicações controlador e piloto;
e) estabelecer referências visuais que auxiliem as aeronaves em voo VFR a prover sua própria separação, quando se deslocando em espaço aéreo classe G, efetuando auto coordenação;
f) garantir altitudes mínimas e máximas seguras;
g) evitar interferência com os tráfegos em voo IFR; e
h) evitar interferência com espaços aéreos condicionados.
Cartas REA e REH
As cartas REA e REH são a representação gráfica dos corredores visuais, úteis para o planejamento de voo e referência durante a navegação aérea. Tais mapas abrangem áreas relativamente pequenas se comparados às demais cartas de navegação, estando limitados aos arredores de alguns dos principais centros urbanos do Brasil.
Abaixo, exemplo da Carta REA Rio de Janeiro:
Algumas das legendas necessárias para compreende-la:
Circular de Informação Aeronáutica (AIC)
Cada carta REA ou REH acompanha um documento descritivo dos seus procedimentos operacionais, chamado Circular de Informação Aeronáutica (AIC). Este documento deve ser estudado pelo piloto ainda durante o planejamento de voo, servindo também para consulta rápida de informações durante o voo. Confira a seguir a relação e link para download de todas as AICs de corredores visuais no Brasil. Última atualização 09 de outubro de 2020:
REA Amazônica, AIC N12/10
REA Anápolis, AIC N23/16
REA Belém, AIC N31/08
REA Belo Horizonte, AIC N22/17
REA Brasília, AIC N10/17
REA Campo Grande, AIC N08/15
REA Curitiba, AIC N30/18
REA Fortaleza, AIC N16/20
REA Florianópolis, AIC N33/20
REA Londrina, AIC N09/15
REA Macapá, AIC N51/18
REA Manaus, AIC N11/10
REA Natal, AIC N26/18
REA Porto Alegre, AIC N02/17
REA Porto Velho, AIC N23/12
REA Riberirão Preto, AIC N13/20
REA Rio Branco, AIC N22/12
REA Rio de Janeiro, AIC N16/15
REA Salvador, AIC N49/18
REA Santarém, AIC N13/10
REA São Luís, AIC N21/12
REA São Paulo, AIC N33/18
REA Vitória, AIC N52/18
O que fazer ao voar em uma REA ou REH
As AICs listam uma série de procedimentos que devem ser adotados durante o voo nos corredores visuais. A seguir algumas indicações mais comuns:
Mantenha os faróis de pouso e transponder sempre acionados durante o voo nos corredores, facilitando assim a percepção e identiicação de posição entre as aeronaves.
Mantenha contato visual contínuo com o terreno e voe deslocado à direita do eixo da rota, isto é, deixando as referências visuais à sua esquerda. Nas AICs é possível encontrar as coordenadas geográficas das referências visuais e é bastante útil inserí-las no equipamento GPS da aeronave. Entretanto, essa informação deve ser utilizada apenas para facilitar a localização dos pontos de referência no terreno, não devendo substituir a identificação visual de tais pontos por parte do piloto.
Voe nas altitudes especificadas e, sempre que possível, respeite a relação par/ímpar de altitude conforme o rumo mantido. Ajuste seu altímetro em QNH conforme o ATIS ou informação do Órgão ATS. Se optar por voar nas altitudes mínimas previstas pode ser necessário desviar de obstáculos – fique atento. Recomenda-se manter as altitudes máximas dos corredores, dentre outros motivos, para para reduzir os efeitos do ruído aeronáutico aos habitantes em áreas urbanas.
Mantenha escuta permanente na frequência apropriadada. Na maioria das REA e REH é exigido que se tenha meios para se comunicar com o órgão ATS responsável. Por conta do grande fluxo de aeronaves, seja breve nas transmissões utilizando o seguinte formato para reportar posições:
Matrícula – Rota – Posição – Altitude – Sentido de deslocamento – Matrícula.
Exemplo: PT-NEX, corredor BRAVO, vertical Palmeiras, 4500 pés, proa Represa, NEX.
Caso as condições meteorológicas piorem e não seja mais possível manter-se visual dentro dos corredores:
a) regresse e pouse visual no aeródromo de partida ou em outro mais próximo;
b) solicite autorização para realizar voo VFR Especial; ou
c) solicite autorização para sair dos corredores.
Para o preenchimento do plano de voo, especifique no campo 15 (rota) as coordenadas dos portões e posições que irá sobrevoar e no campo 18 (observações) os nomes dos corredores utilizados. Exemplo:
Campo 15: DCT 2312S05047W DCT 2311S05039W DCT 2306S05021W DCT
Campo 18: REA GOLF
Recapitulando
Os corredores visuais são uma ferramenta importante para otimizar o uso do espaço aéreo e garantir a segurança dos voos. Durante o planejamento de voo, familiarize-se tanto com as informações disponíveis nas cartas REA e REH como na respectivas AICs. Embora atitudes aparentemente simples, o planejamento e estudo prévio são fatores-chave para o sucesso da operação, uma vez que o voo nos corredores envolve atenção elevada do piloto e permite pouco espaço para distrações.
A NexAtlas é uma ferramenta de planejamento de voo que facilita este processo, permitindo ao piloto visualizar todas as cartas REA e REH brasileiras, traçar uma rota utilizando os pontos de referência visual destas cartas e obter automaticamente o tempo de voo entre eles. Utilize esta e outras ferramentas complementares a seu favor. Ainda não conhece a NexAtlas? Acesse agora e comece a planejar seus voos de forma ainda ágil e descomplicada.
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